A pesquisadora foi premiada como Líder Emergente e destaca a importância do incentivo à pesquisa científica e à equidade de gênero
A professora Cristina Stern, do Departamento de Farmacologia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e integrante do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) em Neurociências, ganhou o Prêmio Mulheres na Farmacologia no Brasil – Edição 2024, na categoria Líder Emergente. A premiação aconteceu durante o 56º Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental, realizado em outubro, em Balneário Camboriú (SC).
Criado pela Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE), com o patrocínio da Eurofarma, o Prêmio estimula e valoriza a atuação de mulheres cientistas e educadoras. O objetivo é promover maior equidade no acesso e na participação feminina na pesquisa científica e tecnológica no país.
Cristina lidera estudos sobre a neurobiologia das memórias de medo, investigando como o sistema endocanabinoide e substâncias presentes na cannabis e psicodélicos podem modificar essas memórias que são a base para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como o estresse pós-traumático, a depressão e a ansiedade. As pesquisas buscam entender como essas memórias funcionam e encontrar substâncias que possam diminuir o impacto delas no cotidiano das pessoas.
“Eu me sinto extremamente honrada e grata por todo esse reconhecimento do meu trabalho, do meu esforço nesse período de tempo em que eu terminei meu doutorado e iniciei meu laboratório. Sinto também que a minha responsabilidade só aumenta no sentido de continuar esse trabalho de forma muito responsável, muito séria e tentando fazer as pesquisas, responder às minhas perguntas com cada vez mais qualidade”, declara Cristina.
Com o recebimento do Prêmio, Cristina também destaca a importância dos investimentos para o progresso da ciência no Brasil, que apesar das dificuldades e poucos recursos, consegue-se fazer pesquisas de qualidade. “Isso mostra que temos muita capacidade e que, se tivermos mais investimentos, conseguimos fazer mais coisas e colocar o Brasil em um patamar de maior competitividade no cenário internacional”, enfatiza.
Além disso, ela ressalta o papel do prêmio como inspiração para jovens pesquisadores, especialmente mulheres, em um campo ainda marcado por comportamentos e julgamentos machistas, mostrando que é viável perseguir sonhos e contribuir para um ambiente científico mais igualitário.